A VOZ NEGRA E A ESCRITA DE SI: REFLEXÕES SOBRE AUTOCONHECIMENTO E RESISTÊNCIA
Pollyana de Brito Pinheiro Viana
Resumo
O artigo analisa a complexidade da identidade racial e a resistência cultural, com foco nas cicatrizes deixadas pela escravidão e pelo racismo no Brasil, e como essas experiências moldam o autoconhecimento e a vivência da negritude. O conceito de "escrevivência" desenvolvido por Conceição Evaristo, é análise central do trabalho, onde apresenta a escrita como uma ação de insubordinação e autoafirmação das experiências marginalizadas, especialmente das mulheres negras. O estudo investiga o papel da escrita como ferramenta de resistência e autodeterminação para grupos historicamente subalternizados, influenciando a construção da identidade negra em contextos de exclusão e preconceito. Examina-se a escrita como um meio de transformação e descolonização mental, bem como a reinterpretação da literatura afro-brasileira no contexto da rebeldia cultural e do resgate memorial. A pesquisa sublinha a importância da escrita na desconstrução de narrativas estereotipadas e na afirmação da identidade negra, onde a "escrevivência" contribui de maneira significativa para a literatura afro-brasileira, oferecendo novas perspectivas sobre a experiência negra e reafirmando a escrita como um ato essencial de resistência e transformação social.
Palavras-Chave:
Escrevivência; Identidade; Resistência Cultural; Transformação Social.