O conhecimento histórico, geográfico e social é necessário para criar cidadãos responsáveis, críticos e participativos. Esta ideia contrasta com a visão tradicional do século XIX, ainda presente em muitas escolas, de Geografia e História como disciplinas destinadas a formar o espírito patriótico dos cidadãos. Daí o domínio absoluto da visão liberal-positivista do conhecimento histórico, a partir de uma abordagem baseada na memória coletiva, e que se desenvolve poir meio de programas enciclopédicos que preconizam a memorização de datas, batalhas e acontecimentos relevantes para a nação. A história é de grande importância quando se trata de formar cidadãos críticos e participativos, interessados no mundo em que vivem. Não é uma disciplina apenas para estudiosos e não é um conhecimento estático, mas deve ser compreendido em permanente construção. As múltiplas funções da História denotam uma ciência complexa, dividida entre o Romantismo e o Iluminismo, e por vezes submetida aos interesses do poder. O conhecimento histórico é filho da memória, mas sem dúvida é subjetivo e deve ser “objetivado” pela aprendizagem dos métodos do historiador. A nossa própria identidade depende da nossa memória, algo que vale tanto para sujeitos individuais como para grupos e instituições. Este processo que une memória, história e identidades tem sido regularmente utilizado por quem detém o poder por meio da arte, da literatura, do cinema ou dos meios de comunicação, para transmitir a sua mensagem e transformá-la em verdade socialmente aceita.