O termo “estudos interculturais” foi utilizado para designar um campo emergente de preocupações transdisciplinares em relação a contatos e relações que, tanto a nível individual como coletivo, se articulam em contextos de diversidade e heterogeneidade cultural. Esta diversidade cultural, concebida como resultado da presença de minorias étnicas e/ou culturais, ou do estabelecimento de novas comunidades imigrantes nas sociedades contemporâneas, é estudada em contextos dentro e fora da escola, bem como em situações de discriminação que refletem xenofobia e o racismo em diferentes esferas de sociedades cada vez mais diversas. Esses estudos refletem a confluência de diferentes fatores que indicam profundas transformações dentro da própria academia. Além disso, nas disciplinas “clássicas” das ciências sociais, o estudo da diversidade cultural e a sua ênfase nas relações entre minorias e maiorias, bem como entre migrantes e não migrantes, favorece um movimento interdisciplinar na direção “intercultural”. Finalmente, novas disciplinas como a pedagogia, a psicologia e a filosofia, tendem a desenvolver uma dinâmica de investigação transdisciplinar que nos permite aproximar ainda mais os respectivos “objetos” de estudo. Da mesma forma, disciplinas que não estão tradicionalmente relacionadas com o tema da diversidade cultural, como as ciências econômicas e administrativas, bem como as ciências políticas, descobrem a interculturalidade e internacionalizam o seu campo de estudo.